quinta-feira, 26 de maio de 2011

É mentira Terta?



Na Custódia de décadas passadas, havia um grupo de amigos que costumeiramente se reuniam nos finais de semana para botar o papo em dia e molhar a garganta. Um dos pontos preferidos da turma era o Bar de Joaquim Cabral, primeiro na antiga Bomba, como se chamava o centro da Avenida Inocêncio Lima, por abrigar um famoso posto de gasolina, depois na antiga Rua do Açougue, a Avenida Luiz Epaminondas, onde trabalhei auxiliando no atendimento aos clientes.

Entre os muitos freqüentadores, recordo Zé de França, Chefe do escritório local do IBGE, Zé Honorato, eletricista de autos, Manoel do Cortume, Firmino, funcionário Público, Chico Eugênio, Coletor Estadual, entre muitos outros.

Um dos passatempos a que assistia frequentemente, era a disputa pela mentira mais cabeluda. Das que ainda recordo, selecionei estas:

O cara fez uma curva tão rápido no seu caminhão, que o passageiro que ia na boléia chegou a ver a placa traseira do veículo;

O motorista contou que subiu uma ladeira tão íngreme no seu caminhão, que a cinza do seu cigarro, que estava na boca, caiu nos seus olhos;

A roça de dez hectares que o Avô de Zé de França preparou, quando ele botou fogo na broca (queima da vegetação derrubada para a roça), a bicha queimou tanto, mas tanto mesmo que a terra encolheu de dez para nove hectares;

Já outro motorista aloprado fez um curva tão rápido, na esquina do PTB, que o caminhão deu um grande tombo, deixando a marca do pneu no calçamento, com o nome” Firestone”;

O caçador só tinha um cartucho na sua espingarda, quando passou um bando de arribaçãs próximo Então ele rapidamente apontou para o bando, e no momento em que apertava o gatilho, balançou o cano da espingarda, espalhado os chumbos. A idéia deu tão certo, que dos oitenta chumbos que tinha do cartucho só um errou o alvo. Ele abateu setenta e nove arribaçãs com um só tiro. Quando viu aquilo pensou ser um milagre, e levantou as mãos para o céu, agradecendo. Nesse momento ia passando um grande perdiz que ele pegou facilmente. Deu um passo à frente e levou uma baita de uma topada. Era um imenso tatu, que ele segurou na hora.

Já o outro caçador contou: “ fui caçar de espera, de madrugadinha na bebidas das Juritis. Quando o dia vinha amanhecendo, apareceu tanta Juriti, mas tanta mesmo, que eu não podia parar de atirar, era “pei, pei, pei,”, foi mais de cinqüenta tiros.

Ao que o seu ouvinte pergunta:

“ – Você nem recarregava a espingarda?

A resposta foi imediata:

“ – E quem disse que dava tempo/”.

Texto: José Soares de Melo (jotamelo@exatta.com)

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes