sexta-feira, 29 de julho de 2011

Governador Marco Maciel visita Custódia - 1980



No dia 29 de Dezembro de 1980, o jornal Diário de Pernambuco, trouxe em suas páginas a matéria “Milhares de agricultores saúdam Maciel pela atuação no Interior”, relatando a visita do então Governador Marco Maciel ao nosso município. O Governador foi recepcionado por homens, mulheres, crianças, estudantes, além de 30 vaqueiros e 80 bacamarteiros se fizeram presente em sua chegada ao campo de pouso. O motivo de tanta festividade na recepção do Governador, foi devido a cinco grandes obras para nosso município na época, foram elas: CIBRAZÉM, RODOVIA DE ACESSO À CIDADE BR-232, ESCOLA POLIVALENTE, ELETRIFICAÇÃO RURAL DE CAIÇARA E SALGADO e RODOVIA VICINAL PARA QUITIMBU.




O Governador foi à cavalo até o armazém da Cibrazém, vestido com um parapeito e um chapéu de couro, presente dos vaqueiros. Depois da visita ao armazém, o governador foi olhar as obras da estrada de acesso a BR-232. Sem tempo para descansar, partiu para a inauguração da Escola Polivalente José Pereira Burgos, com capacidade para 1.600 alunos, na época, apenas Caruaru e Petrolina, fora a capital, tinha uma escola com esse potencial e estrutura.

Seguindo o roteiro, Marco Maciel assinou autorização da concorrência pública para construção da rodovia que liga Custódia-Quitimbu com trecho de 20km de extensão. Encerrou sua agenda com uma visita ao sitio Salgado e ao distrito de Caiçara, recepcionado em peso pela população dessas regiões, felizes pela eletrificação na zona rural.

Durante a visita do Governador, estiveram presente vários personalidade política locais e estaduais, como: Inocêncio Oliveira(Deputado Federal), João Carlo de Carli(Deputado Federal), Airton Benjamin(Deputado Estadual), Argemiro Pereira, Romero Alencar(diretor do DER), Mário Antonino (Diretor do Projeto Asa Branca), Antonio Pereira(Diretor da Celpe) e Francisco Perazzo, Orlando Ferraz, Olimpio Ferraz, vereadores e jornalistas e dirigentes de diversos órgãos federais e estaduais.

Fonte: Diário de Pernambuco

quinta-feira, 28 de julho de 2011

João Miro e a cor da terra em Brasilia


Você sabia que na década de sessenta o Sr. João Miro da Silva, ex-prefeito de Custódia, esteve em Brasília e ficou tão impressionado com a cor da terra da Nova Capital que voltando para Custódia mandou pintar seu carro na cor ocre?

Jussara Burgos

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Virgulino Lampião



Virgulino Lampião
(Joaquim Belo)
Bem na talhada da serra
Onde o Pajeú lava o chão
E o granito era a terra
E a terra de Chico Romão.
Foi lá, nas entranhas do sertão,
No nordeste brasileiro,
Onde nasceu Lampião
O famoso cangaceiro.
Com o rifle papa-amarelo
Bala de fuzil no bornal
Nunca encontrou paralelo
Na ponta do seu punhal.
Travou combates ferozes
Com legalistas volantes
Perseguidores atrozes
De um bando de cabras valentes.
Saiu lá do Araripe
Pelas veredas nordestinas
E foi parar em Sergipe
Para cumprir sua sina.
Na cidade de Angicos
Deu-se o combate final,
Com uma notícia fatal
Que abalou a nação:
Morreu Maria Bonita
E Virgulino Lampião.
Se para uns foi bandoleiro
Que enlutou a região,
Para outros um justiceiro
Combatendo a exploração
E um fiel escudeiro
Do Padre Cícero Romão.


Belém, 03/08/2009.

Fotografia da Solidão


De logo já se via o jardim, provido de flores murchas, um banco de balanço branco, já um pouco desgastado, deixando-se embalar pela brisa matinal. Um caminho de pedras cravejadas que seguia desde a calçada até a entrada. Uma escada de poucos degraus dava acesso ao alpendre muito bem desenhado, com detalhes outonais encravados nas pilastras. Logo adiante, a porta – de comprimento e largura avantajados, composta de uma parte em vidro e outra de madeira de lei.

Por dentro, a figura residencial colonial rústica, as paredes cobertas de uma cor já sem muita definição, que deixava transparecer a longevidade embarcada pelo tempo. Era uma casa, mas não uma casa qualquer. Ali tanto se viveu, como também tanto se morreu. Foram longos verões, infindáveis invernos e muitas resenhas a definhar.

Uns poucos retratos figuravam sobre um móvel de madeira – o único que ainda havia ali, já aos cacos. Em cada imagem, numa força de expressão espantosa, as figuras humanas, em seus humildes trajes surrados por tantas secas, transpareciam suas marcas de expressão lapidadas pela amargura. O acervo de uma época em que vidas retratavam a vida em branco e preto. Resistindo à poeira, às numerosas teias de aranha e ao brusco efeito das horas, eram como os componentes vivos que ali viviam, intactos e eternos.

Os quartos escondiam os gritos abafados de misericórdia, num zumbido inconstante, entre soluços e palavras alternadas que desembocavam no corredor e se perdiam na escassez de ar que ali circulava. No chão, os resquícios de lágrimas derramadas eram representados pelas marcas escuras de mofo. E nos cantos, a presença fiel dos tocos de vela, com as pontas dos rastilhos inteiramente carbonizadas.

A luminosidade rara ali enfocada era explicada pela ausência de janelas. Havia apenas uma, disposta num pequeno ambiente, formatando a retangular entrada do vento brando e seco. Numa respiração ofegante, o ar e a luz disputavam espaços apertados para adentrarem o esquálido recinto.

Tudo estava a se manter inerte, entregue aos caprichos do estado atmosférico, estaticamente exposto aos desígnios naturais. Um pedaço de chão, entre paredes e sobre um teto abarroado, marcado pelo destino dos seus antepassados habitantes. Um vazio cheio de conteúdo, contendo a marca registrada daqueles que viveram sem ter vivido, num espaço cerceado de flores ávidas por florescerem, fez o cenário cruelmente perfeito à fotografia da solidão.

Autoria: Daniel José Feitosa Santos

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cartaz da Exposição e Aniversário de 83 anos de Custódia



Cartaz desenvolvido pelo site AGITEM JOVEM para a Exposição de Animais e o aniversário de 83 de Emancipação Política de Custódia, nos dias 08, 09 e 10 de Setembro.

domingo, 24 de julho de 2011

A hora crepuscular



Autora: Osminda Carneiro

A tarde cai lentamente.

Seis horas é à hora do ângelus, da prece e do perdão. Hora em que o camponês com seus músculos contraídos El quebrados pela luta árdua e penosa da lida cotidiana, cabisbaixo dobra a sua fronte, eleva o seu pensamento para o altíssimo e pede para que os seus trabalhos sejam abençoados.

A passarada vibrante de alegria executa o último número da sua melodia e regressa de par em par para o seu morno ninho, a fim de aquecer os seus filhotinhos.

No pátio da casa grande da fazenda já se ver um rebanho de ovelhas alvas como flocos de algodão, formando assim um tapete de Arminho, para depois de alguns minutos serem banhado pelo clarão da lua cheia, esta candeia fulgurante, que vagueia pelo espaço, fazendo clarear toda imensidão, garbosa, sutil e bela, bailando como uma princesa no amplo firmamento, distribuindo alegria e poesia aos corações apaixonados.

Finalmente, a tarde morre para dar lugar ao novo dia.

E assim neste perpassar de lutas é a nossa vida inteira, sem estacionamento e sem uma felicidade completa porque cada dia a vida piora, ninguém se entende não existe amor.

O custo de vida não corresponde ao que se ganha, enquanto isso o Brasil cresce e se desenvolve, para frente altaneiro, querendo ser potência, indiferente ao drama dos seus míseros habitantes.

Ps. Quando pensei em criar o jornal ¨O Grito¨ primeiro busquei os colaboradores e em seguida convidei colegas para materializar a idéia. A primeira colaboradora visitada foi Osminda Carneiro que de imediato aceitou escrever uma matéria por edição. A hora crepuscular foi publicada na edição III, do ano de 1979, em Custódia PE.

Publicado Originalmente: Gandavos - Os contadores de História

sábado, 23 de julho de 2011

Cenas de Humberto Guerra como Feliz




Cenas de HUMBERTO GUERRA na novela DUAS CARAS, com seu personagem FELIZ.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Recado de Alguém na Difusora Duas Américas



Você sabia que era comum ouvirmos na Difusora Duas Américas a seguinte mensagem:

“Atenção, muita atenção alguém, ouça essa gravação ( música) quem lhe oferece é outro alguém.”

Eis um mistério que não vou desvendar. Não sei se era um gaiato disposto a gastar dinheiro, uma pessoa excessivamente tímida ou alguém que tinha um romance secreto. Liria, Lôra e Teia sabiam que mandava as mensagens.

Jussara Burgos

História da Samambaia-PE



O nome do lugar era Santa Verônica uma santa dos Escravos negros do cativeiro do Tenente Henrique. A fazenda do Tenente era na estrada que liga Caiçara a Samambaia, hoje Fazenda Poço Escuro, que pertenceu a Artur Preto. O curioso é que esta fazenda também se chamava Poço da Cruz e foi mudada por causa do açude de Ibimirim. A antiga igreja desta santa era ladrilhada de tijolos sem o uso de cimento. Foi encontrada uma telha, pertencente a esta antiga igreja, datada de 1822, segundo testemunhos de vários que a tiveram nas mãos – Dezim Pacífico e Jeremias da Caiçara – o que vem a provar que os escravos foram os iniciantes na religiosidade local. O primeiro padre foi Manoel Marques Bacalhau, desde 1877.

Em 1862, o capitão Joaquim do Rego, lavrou uma escritura de 400 braças de terras que foram doadas ao padroeiro São Sebastião. As terras vão das margens do rio Cupiti até o rio Moxotó. Joaquim do Rego foi o primeiro morador de Samambaia e, por conseguinte, seu fundador.

Existia uma bulandeira de algodão dos Gomes.

A Usina de caroá de José Vasconcelos, empregava mais de 400 pessoas entre arrancadores, os carreiros com seus jumentos e carros de boi com duas juntas, fabricados de Pau Ferro em Águas Belas e Alagoas. O caroá era arrancado, transportado e pesado. Era freqüente alguém perder os dedos na desfibradeira, casos de Paulino e Israel. As fibras eram colocadas em fardos e transportadas por Tota, num caminhão Chevolet, para os armazéns da Companhia de caroá de Caruaru, aliás, o nome Caruaru origina-se deste feito. O armazém de Samambaia foi incendiado acidentalmente por João Pereira, que ao acender o fuzil do fogueteiro para fumar um cigarro, deixou cair as faíscas. Nesse dia, Crepe Bezerra Lafaiete, o primeiro gerente da usina, estava caçando e foi chamado pelas sirenes da companhia. Não houve tanto prejuízo porque tinha seguro de carga. Depois de Crepe, a gerência passou para oVelho Jesus. Manoel Luís de Campos, da Cacimba de Baixo, foi quem tirou a madeira para a confecção das tesouras da usina. Depois dos Vasconcelos, o Dr. Aurélio passou a ser o dono, tinha até avião que pousava em terras da casa de Pedro Simão acima. Depois de Aurélio, Numeriano comprou a usina e seus filhos, Aristótelese Clodoaldo ainda a conservam até hoje. No tempo de Numeriano o pesador era Dezim Felipe e, depois, Abílio Ferreira da Silva, avô de Sérgio que, com apenas seis anos de idade desfilou na Cavalhada de Zé Cavaco.



O policiamento era o Coronel Salgado, que vinha do Recife de burro com mais ou menos 10 soldados e percorria Samambaia, Ingá e Quitimbu, voltando em seguida para o Recife. Maravilha e Custódia nem existiam.

O primeiro Cartório de Ofício foi o de Quitimbu, cujo tabelião era finado Cirilo. Quitimbu também foi a primeira vila e cidade antes Custódia.

O primeiro encarregado de Samambaia foi Coronel Joaquim Bezerra, o qual obteve a obediência de todos.

A primeira professora foi a Dona Aurora, de Buíque, trazida por Numeriano, em 1930. Mas antes tinha a Dona Zizi e Dona Eliza mulher de Oiô.

O primeiro comerciante podia ser dos Balbino.

Antigamente se almoçava de 8 horas da manhã. Sendo que a feira de Samambaia era numa quarta-feira, onde se vendia bolo, tapioca e rapadura. Os feirantes almoçavam no hotel de Dona Eliza, mas antes da existência desse hotel, havia o daDona Adelaide. Quilidona era a mulher de Zé Izidoro e colocou um hotel onde hoje é de Chico de Abílio. Era costume comer bolo virado, que custava um vintém, que é o equivalente a vinte réis, com café moído com mel. 100 tostões era 1000 réis, 1 tostão era 100 réis e 5 vinténs era 1 tostão. 1 pataca era 8 vintém. Uma rapadura era comprada por 1 tostão; 250 gramas de café em grãos era 400 réis; 1kg de açúcar custava 3 tostões em 1928 e 10 tostões depois de 1930, enquanto o café pulava de 10 “tões” para 1200 réis, o que eqüivalia a um dia de serviço na roça. Ainda em 1942 surgiu o Cruzado antigo.

Um escravo preto, com bons dentes e boa saúde física, era comprado por 1 conto e 500 réis. Quem tinha 1 conto de réis era considerado muito rico. O bisavô de Dezim Pacífico era dono de senzala e o dinheiro era de ouro.

Os Correios vinham com a mala nas costa com cadeado, provindo de Floresta para Rio Branco (Arcoverde). Uma carta podia demorar até 30 dias, pois era transportada a pé.

O Cruzeiro de Samambaia era na frente da igreja enterrado no chão batido, depois passou para as pedras grandes por Manoel Olímpio.

Os escravos após a libertação em 13 de maio de 1888, saíram da Fazenda do Tenente Henrique e foram morar na Serra da Torre e nas cabeceiras do rio Cupiti. Otenente Henrique era tão rico que os adornos seus e de seu cavalo eram de ouro e prata.

Em Samambaia havia corridas de prado, com cavaleiros devida e orgulhosamente fardados, com calças brancas e camisas vermelhas. O enfrentante eraManoel Simão, irmão de Chiquinha Simão da Caiçara, cantadora das festas religiosas. O melhor cavalo de prado era Vila Bela. Esse evento atraia gente de toda a região e cidades vizinhas. Bala Seca e Mulambec eram os cavalos que Pedro de Cícero (Pedro Vaqueiro) cavalgava, trabalhando para Numeriano. Não havia vaquejada e sim muitas pegas de boi, que se tornavam festa de boi visto que havia sanfona, cachaça e muito arrasta-pé. Todo vaqueiro tinha um lenço vermelho amarrado no pescoço. O maior amansador de boi foi Miguel Carreiro e o melhor montador de cavalo bravo foi João Alexandre, que nunca foi ao chão, a menos que os arreios se partissem. Existiu também uma cavalhada comandada por João de Barro e seus 12 pares e, segundo Dona Josefa Luiz de Souza, esposa de Valdemar da Cacimba de Baixo, essa cavalhada acontecia na vila de Samambaia.

Severiano era rezador, pedreiro e carpinteiro afamado na Caiçara e região. Já na arte da medicina popular e sem formação educacional, tinha Joaquim Canário, fazedor de garrafadas.
Cícero Bezerra era delegado particular de Samambaia.

E Pedro Simão era o melhor chamador de quadrilha. E João Canário tocava os oito baixos ou harmônicos. Era de costume procurar Joaquim Canário para aliviar dores de dente e outros pequenos problemas. Dona Olindina da Conceição era a enfermeira e parteira da região Caiçara e Samambaia.

Sitônio Lopes de Mendonça era médico veterinário leigo e, segundo contam, nenhum animal morreu por causa das suas operações, sempre ponteadas com ponteiras de pião e agulha de saco.

Os melhores artesãos da região pertenciam à família do Senhor Dezim Pacífico, do Salgado. Esse mesmo senhor, que completara 90 anos lúcidos, em 13 de julho de 2002, junto com Jorge Bezerra de Rezende (Jorge Felipe de Samambaia), nascido em 24 de junho de 1919, foram os principais testemunhos desta História de Samambaia. Mais e mais gente Samambaia e região deviam dar mais importância ao que os mais velhos falam, pois só assim a história regional será mantida para a posteridade.

Trabalho elaborado pelo artista plástico PEDRO CEZAR BEZERRA DO NASCIMENTO, cedido gentilmente para o blog CUSTÓDIA TERRA QUERIDA. Para que mais trabalhos desse porte sejam publicados com mais frequência, pedimos as pessoas caso usem o texto em algum trabalho escolar ou acadêmico, cite o nome do autor, pois, trata-se de um projeto feito com muito carinho, e de uma riqueza cultural de grande valor para o município.

 
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