quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Guerra do fim do Mundo



Mario Vargas Llosa (nascido Jorge Mario Vargas Llosa) (Arequipa, Peru, 28 de março de 1936), é um dos maiores escritores de língua espanhola, reconhecido, em nível mundial, como romancista, jornalista, ensaista e político. 

Em 1981 publicou A Guerra do Fim do Mundo, sobre a Guerra de Canudos, dedicado ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de Os Sertões

Em A Guerra do Fim do Mundo, em suas páginas, o escritor faz várias referência ao “Povo de Custódia”, o material está disponível no Google Books, no seguinte link:

CLIQUE AQUI (Clicar com botão esquerdo do mouse e abrir em outra janela)

Material enviado por José Soares de Melo

Lidia Belo filha de um Custodiense






Lidia Belo (filha do Custodiense Carlos Augusto Belo) no VII Festival de intérprete da UFPA.

No primeiro vídeo, um ensaio com o artista Dieguito 7 cordas.

Enviado pelo tio Joaquim Belo

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Praça Dr. Hugo Emanuel de Melo





Dia 25 de Junho foi inaugurada a mais nova praça da cidade, situada as margens da BR-232 no Bairro da Redenção. Chama-se Praça Dr. Hugo Emanuel de Melo, homenagem póstuma ao jovem advogado falecido precocemente ano passado.


Fotos: Paulo Peterson

terça-feira, 28 de junho de 2011

Almir Mello e os bonecões do GAMT


O músico Almir Mello enviou matéria exibida na TV Vanguarda, afiliada da Globo em Caçapava-SP e região, mostrando o ensaio com o grupo de Bonecões do GAMT, da qual ele participa como instrumentista. A quadrilha dos bonecos teve agenda lotada no São João de 2011.

Procissão de São José em Custódia 2003


Procissão de São José, padroeiro de Custódia.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Inez e Joaquim em Custódia


O feriado de São João trouxe à Custódia dois colaboradores do blog Custódia Terra Querida, os irmãos Joaquim Belo e Inez Oludé, filhos de Augusto Bello (Guarda do Posto Fiscal de Custódia), irmão de Maninho Bello e José Bello(alfaiate que atualmente mora em Sertania). 

Joaquim e Inez curtiram a noite de São João na zona rural de Custódia, mostrando as novas gerações da família a região do Umbuzeiro, na residência de parentes. 

No sábado dia 25, vieram ao centro de Custódia, para um encontro comigo, minha tia Noêmia Pereira Burgos e do meu pai, Pedro Pereira Sobrinho. Minha tia por sinal, é madrinha de Paulo Roberto, um dos irmãos do casal. Ele reside em Osasco. Joaquim reside no Para. Inez mora em Bruxelas, atualmente é adido cultural do país na Bélgica. Sinônimo de sucesso da nossa cultura. 

No final do encontro, fizeram questão de registrar nosso encontro com uma foto. A próxima vinda dos irmãos à Custódia, será no Encontro de Custodienses de 2012.

Aguardemos!

Paulo Peterson


A Tambaú apoia o grupo Somos Uno


A Tambaú apoia o grupo Somos Uno no lançamento do 2º CD com participações especiais de Nando Cordel, Silvério Pessoa e Raízes de Arcoverde

O grupo musical Somos Uno está lançando seu 2º CD intitulado Colibri. Neste trabalho o compositor poeta Laerson Pessoa apresenta músicas temáticas nordestinas como xote, forró, embolada e baião, interpretadas nas vozes de Sandi Maia, Fernanda Farani, Laerson Pessoa e com participação especial de Nando Cordel, Silvério Pessoa, Raízes de Arcoverde, Angela Luz e Almir Avlys.

O CD tem o apoio cultural da Tambaú Alimentos e traz na capa a imagem de um Colibri, feita em óleo sobre tela pela Artista Plástica Maura M. G. Souza Pessoa e produção fotográfica de Dante Barros. Direção de arte e concepção gráfica de Salismar Alves Bezerra.

Sobre o Grupo

Assim surgiu o grupo SOMOS UNO, onde a música e a poesia aparecem ligadas por grandes laços de afinidade. Formado em 2007 pelo poeta Laerson Pessoa utilizando como ponto de partida a pesquisa musical de Sandi Maia e Stephan Hitzelberger. Somos Uno, traz em seu repertório a sonoridade como elemento fundamental para a composição poética. Valendo-se do ritmo, da cadência dos versos, da musicalidade das palavras, a poesia é sempre interpretada como música, mesmo quando apenas lida em silêncio ou declamada sem qualquer acompanhamento instrumental.

Com um repertório que faz a fusão de estilos universais entre composições cheias de ritmos, de uma poesia genuinamente brasileira, traduzida em Samba, Bossa Nova, Chorinho, Baião, Maracatu, Ciranda, Samba Reggae e o Jazz. O grupo é formado por músicos que são referência no cenário musical Pernambucano, tendo como diretor Musical Junior Xanter, na atualidade considerando o melhor guitarrista Pernambucano, gravando e dirigindo projetos com artistas em todo o Brasil.

O Grupo Somos Uno busca agregar muita competência musical e interação, aos poemas que fazem da música, a mais pura poesia.

OBS! O compositor Laerson Pessoa é casado com Maura, irmã de Hugo Gonçalves, foi ela que fez a pintura da capa do CD.

Missa de Vaqueiro (2003) em Custódia-PE


No meio disso tudo, a Missa de Vaqueiro era o grande momento de reencontro da gente. A grande reunião. É claro que também havia muita vaidade. Quem não se sentia dois dedos mais importante por desfilar num cavalo bem tratado a xote rasteiro pelas ruas de Custódia? Ricardo, Thiago e eu fazíamos parte do grupo que tentava manter as tradições, vestir terno de couro, levar a coisa a sério. Mas tinha também o grupo que se identificava muito mais com a Vaquejada do que com as Pegas de Boi. A diferença era cultural e de valores, mas na missa e no forró todo mundo brincava junto. Era bom encontrar os amigos, todos montados, se sentindo muito bem em seus cavalos. - “Vamo’ botar um prado?”, alguém provocava. Os mais ousados apostavam corrida, bebiam nos bares, paqueravam garotas... tudo isso fazia parte da festa e tão bom quanto a farra era a volta pra casa. À noitinha, saíamos em grupo rumo ao sítio. Durante o caminho, aquela coisa: papo, bebidas, toadas e... piadas, por que não? Depois era esperar o ano seguinte virar para se encontrar de novo. “Talvez eu volte, um dia eu volto”. De tudo, fica a memória, e uma parte dela em vídeo que agora vocês também podem ver.

Muito tempo longe, não tenho a menor ideia de como a coisa vem sendo feita. Gostaria de ver viva a tradição por mais tempo.

Um abraço,

José Maxsuel de Moura Siqueira

Pai e Filho

"Manoel Paulino e o filho na porteira do curral do Riacho Novo" 
(cavalos Pombo Roxo e Novidade)

O curioso nesse ambiente de vaqueiros era que, de alguma forma, montar a cavalo e curtir essa vida estava virando moda na cidade. Talvez porque era a época dos grandes sucessos musicais, de Delmiro Barros, Sirano & Sirino, entre outros. Os shows de forró abriam com imagens de vaquejada no telão. Embora nem todos gostassem dessas coisas, muitos tinham alguma ligação com o gado – como os filhos de marchantes. Quem não se lembra de Cajueiro e do grupo de amigos “desmantêlo”? (Ainda na ativa?)

Cidade pequena, a gente sempre se esbarrava, fosse em algum rodeio que visitava Custódia, havendo destaque para uma turma da cidade (Tercinho, Corró...), fosse no curral de Neto, onde era comum a gente disputar os cavalos, fosse montando algum jegue pela rua, fosse armando situações nos terrenos de Liar e Dr. Humberto, ou ainda aprontando alguma no matadouro. Tudo contribuía para nos tornarmos mais íntimos.

O reencontro


José Maxsuel de Moura Siqueira

Missa do Vaqueiro (2001) - Custódia-PE - Parte 2/2


A segunda missa que participei depois dessa foi em 2003. Entre uma e outra, foram dois anos de muita cela. Nesse período eu praticamente troquei a vida que eu tinha na cidade por aquela que julguei mais próxima de mim. Achei que jamais seria um bom vaqueiro, e faria jus ao nome de meu pai, se não realizasse essa mudança radicalmente. Mudei meus costumes, o jeito de falar, de vestir. A vida do vaqueiro me pegou de tal forma que cheguei a pedir à minha mãe para morar no sítio de vez e estudar na cidade à noite, como faziam os outros. Nessa fase, meu primo Thiago (de Val) teve grande importância. Mais novo que eu, porém mais maduro nas rédeas, me levou pra campear com ele na Lagoa do Mulungu, onde pastava o rebanho de ovelhas de Val e dos Bernardos. Thiago foi desde então, para mim, uma referência. Dali em diante, pouco tempo depois, ganhei de Tadeu Barros o primeiro terno de couro. Alegria só! O menino que havia chegado ao sítio como um matuto às avessas, sem saber sequer amarrar um burro na cerca, estava finalmente pronto para ser batizado, e se dizer vaqueiro. Foi assim que, mais seguro e dessa vez montando meu próprio cavalo, adquiri certo respeito e encarei a segunda missa levando comigo meu irmão Ricardo. Irmão, sim, sem nenhum exagero. Ricardo e eu formamos uma grande parceria nessa época. A família dele tinha terreno próximo ao meu e mesmo na cidade era difícil me ver em algum lugar em que ele não estivesse. É por isso que ele faz parte de todas as outras histórias que eu teria pra contar a partir daqui.

Matérial enviado por Maxsuel Siqueira, custodiense radicado no Rio de Janeiro, formado em Comunicação Social - Jornalismo na instituição de ensino Unimonte, Santos-SP.

Missa do Vaqueiro (2001) - Custódia-PE - Parte 1/2


Quando eu era criança, poucas coisas me faziam tão feliz em Custódia quanto a Missa do Vaqueiro. Filho de vaqueiro que sou, cresci entre a cidade e a roça. Ser filho de Manoel Paulino podia não significar muito para os mais antenados nas coisas da capital, no entanto, no meio dos vaqueiros, sempre logrei de certo prestígio. Grande vaqueiro que foi, meu pai aos poucos foi deixando de lado o gosto pelas festividades. Na verdade, ele nunca fora chegado à missa do vaqueiro. O bom nisso é que sempre sobrava um cavalo para algum amigo meu.

Coruja como era, minha mãe tratou de encomendar a gravação de minha primeira missa. Eu já havia participado de uma outra, mas era tão pequeno e inseguro que fui de garupa. Essa foi, de fato, a primeira missa em que montei sozinho. Março de 2001. Michel comigo. Lembro que os dois estávamos com medo do cavalo desgarrar porque o cavalo branco, que chamava “Novidade”, tinha fama de assombrado, era imprevisível, se espantava com qualquer coisa.

Que vaqueiro sou eu?

Matérial enviado por Maxsuel Siqueira, custodiense radicado no Rio de Janeiro, formado em Comunicação Social - Jornalismo na instituição de ensino Unimonte, Santos-SP.

domingo, 26 de junho de 2011

Coisas que não se esquecem jamais


Custódia naquela na década de cinqüenta não tinha médico, pelo menos eu nunca ouvi falar, lembro que quando João – um dos meus irmão – quebrou o fêmur foi levado para Sertânia na fubica de João Correia. Minha mãe, Dona Julieta Januária, mais conhecida como dona Jília, era hipocondríaca, razão pela qual tinha um cuidado excessivo com a saúde nossa e um profundo conhecimento de remédio caseiro e era natural que tivesse uma aproximação muito grande comDona Corina e Sêo Joaquim Pereira dono da farmácia da cidade, depois com o casal Zé Burgos e Dona Noêmia, que também eram donos de farmácia, pessoas de boa índole que se tornariam depois padrinhos do meu irmão Paulo. Tinham sempre algum remédio sobrando em nossa casa, morávamos numa casinha de taipa que ficava numa confluência do terreno de D. Izaac de Manoel Lopes, pais de Joãozinho o maior jogador de sinuca que já vi. Eu menino um pouco levado aproveitando a ausência de minha mãe peguei um vidro cheio de comprimidos engoli uma parte e o resto eu os joguei num buraco de rato afirmando que era aquele animalzinho o responsável pela façanha, até que poderia dar certo se não fosse eu começar a passar mal com um acesso interminável de vômitos. Graças aos préstimos e conhecimentos farmacêuticos de dona Corina e Sêo Joaquim Pereira, é que estou aqui contando o caso.

A situação estava braba em Custódia e meu pai resolveu mudar para o distrito de Betânia, como não tinha emprego foi tirar dormentes para meu tio Pedro Roberto vender a Rede Ferroviária do Nordeste. Lembro bem a viagem, nunca tinha andado de carro, à medida que o caminhão andava, eu tinha a impressão que eram as arvores quem se moviam. Chegando a Betânia, não sei por obra e graça de quem, nós fomos morar em um dos cômodos de uma escola, denominada Escola Típica Rural, a outra sala funcionava a sala de aula em outro cômodo morava a professora dona Maria do Carmo Moreira, que era de Flores ou Triunfo não me lembro bem, foi nessa escola que nasceu minha Irmã Maria Inez, a escola ficava situada entre a chácara de Sêo João Daniel e a vila de São Gonçalo, São Gonçalo era um povoado abandonado, parecia uma cidade fantasma, as casinhas, a usina e os depósitos onde eram armazenados os maços de fibras beneficiadas do caroá. 

Todo esse patrimônio pertencia à firma José de Vasconcelos, destacava-se uma casa muito boa avarandada, já um pouco deteriorada pela ação do tempo. Lá morava uma senhora com as filhas, ela tinha um nome esquisito parecido com Dona Tapuia. A situação foi melhorando e fomos morar no centro da vila em uma casa ao lado da residência de Sêo Pedro Pereira e dona Julieta, ele comerciante e irmão de Joaquim Pereira dono de farmácia em Custódia. Meu pai Augusto Belo tinha um único vício na época jogar baralho, graças a Deus não bebia, se não eu não estava hoje aqui contando essa estória, pois eu não era referência em comportamento para qualquer criança, e pai não dava refresco a peia rolava solto e quando ele não se saia bem no carteado a dosagem era em dobro.

Quando era uma dose cavalal eu me refugiava na casa de Major Zé Miguel e era bem acolhido por Doma Mariinha, a outra opção era na casa de Dona Julieta de Sêo Pedro Pereira, era lá onde eu encontrava a cura para a dor física e da alma. Em janeiro de 1957, meu pai já como Guarda Arrecadador, graças à ação do deputado Olimpio Ferraz. Tempo depois, já morando em Sertânia, voltei a Betânia em companhia do Veterinário José de Sousa Leal, em uma de suas viagens de trabalho, aproveitei para visitar aquelas almas boas. Dona Mariinha já estava no reino de Deus e Dona Julieta estava em uma cadeira de rodas vitima de um derrame cerebral, já não conseguia articular com clareza as palavras, porém as lagrimas que rolaram de seus olhos quando eu lhe abracei, foram bem mais significativas do que qualquer palavra e posso dizer que foi um dos momentos de maior tristeza que já passei, mas foi também uma das maiores emoções passei em toda minha vida.

Por Joaquim Belo

Sanfona livra réus de Custódia da cadeia



O promotor Diego Reis defende que réus de processos de crimes leves comprem o instrumento musical em vez de cumprir pena. A sanfona é usada para ensinar aos jovens a tocar forró.

Em vez de cumprir a pena, comprar uma sanfona. Essa é a inusitada proposta de pena alternativa do promotor público Diego Reis, que vem repercutindo positivamente e despertando as atenções para a Comarca de Custódia, Sertão Moxotó, a 340 quilômetros do Recife. Sua iniciativa atinge pessoas que cometem crimes leves e a pena já foi aplicada pela Justiça em processos de dois réus. O juiz determina que o sentenciado compre o instrumento musical (que é caro) e extingue o processo. A sanfona é usada em aulas de música que ensinam os moradores da cidade a tocar o autêntico forro pé-de-serra.

O projeto é pioneiro e ganha maior importância porque a sanfona é usada em processo educacional voltado para menores em situação de risco. Até agora a Comarca de Custódia recebeu três sanfonas, duas através das sentenças e uma doada pelo Ministério Público, que aplaude a iniciativa do promotor Diego Reis. Mesmo acumulando a Comarca de Betânia, ele encontra uma brecha na sua concorrida agenda para ensinar música gratuitamente aos meninos.

Os ‘alunos’ têm entre nove e 17 anos e já provaram que levam jeito para o negócio. Os garotos, que assistem às aulas há quase um ano, vêm participando de apresentações públicas. Na festa de São José (o padroeiro da cidade), que teve início neste fim de semana, foram uma das atrações. Além dos três sanfoneiros, mais dois jovens se incorporaram ao trio e formaram o quinteto Fuleiros do Forró.

CULTURA VIVA - Pelo fato de o promotor ser músico profissional, o projeto decolou fácil. E por que forró? Diego Reis explica: “Além de ser nossa cultura, estamos profissionalizando os jovens e ensinando a eles o autêntico forró pé-de-serra mostrando a diferença em relação ao estilizado”, justifica.

A idéia de aplicar esse tipo de pena surgiu na promotoria em acordo com o Conselho Tutelar. Além de Custódia ser a sua primeira comarca, o promotor tem certeza de que plantou uma semente muito boa no Sertão. “Esses três jovens daqui a pouco vão estar ensinando os outros e assim por diante. E o forró pé-de-serra, tocado no melhor estilo de Luiz Gonzaga, jamais desaparecerá na cidade”, comemora.

Diego é recifense, 30 anos, e começou a tocar sanfona ainda na adolescência. Criou o conjunto musical de forró Quenga de Coco (1994), mais tarde chamado Lampiões e Maria Bonita, que já tem dois CDs gravados e se prepara para gravar o terceiro. Esse último, com apoio da Associação do Ministério Público. O seu gosto pelo forró nasceu em casa, pois seu pai é de Campina Grande e a mãe, de Caruaru.

Diego representa o perfil do novo promotor de justiça, que é o de se integrar à comunidade, cooperando, participando, e não agindo isoladamente no campo da justiça.

Fonte: UOL (2006)

sábado, 25 de junho de 2011

Padre Frederico Nierhoff


Nascido em Gelsenkirchen, Alemanha, no dia 26 de Janeiro de 1916, Padre Frederico Nierhoff foi figura proeminente na cidade de Crato. Quando assumiu a Paróquia de São Vicente Ferrer – em 1948 – como segundo vigário, a igreja-matriz tinha proporções pequenas e acanhadas. Nos 20 anos nos quais administrou aquela paróquia (1948-1968), Padre Frederico comprou imóveis vizinhos ao templo e ampliou a igreja. Remodelou e ampliou, também, a casa paroquial dotando-a de ampla área anexa, uma espécie de área de lazer, destinada às crianças que se preparavam para a primeira comunhão. Construiu a Capela de São Miguel Arcanjo, hoje igreja-matriz da paróquia do mesmo nome.

Padre Frederico foi o oitavo filho de um casal profundamente católico: Hermann e Adolfina Nierhoff. Iniciou seus estudos teológicos em Oberhundem, transferindo-se depois para a cidade de Lebenhan Grave, na Holanda. Ainda estudante de Teologia – pertencente à Congregação dos Missionários da Sagrada Família – devido às incertezas da Segunda Guerra Mundial, deixou a Alemanha em sete de Março de 1938, com destino ao Brasil, onde deu continuidade aos seus estudos na cidade de Recife. Ali foi ordenado sacerdote no dia 1º de maio de 1941.

Antes de residir em Crato, exerceu atividades pastorais nas cidades de Picos e Pio IX (no Piauí), Saboeiro, Arneirós e Aiuaba (no Ceará). Em Crato, além de suas atividades no âmbito espiritual, construiu escolas, postos de saúde e capelas na zona rural na então vasta Paróquia de São Vicente Ferrer. Era um homem de grande dinamismo e enorme capacidade de trabalho. Deve-se ao Padre Frederico a construção de um conjunto de casas populares no sítio Malhada – que leva o nome da mãe daquele sacerdote, Adolfina Nierhoff – ainda hoje modelo de assentamento rural com geração de emprego e renda.

Nos anos 40 e 50 do século passado o Cariri cearense era conhecido no Brasil como um dos maiores focos de tracoma, infecção que afeta os olhos e, se não for tratada, pode causar cicatrizes nas pálpebras e cegueira. Padre Frederico selecionou voluntários da zona rural de sua paróquia para ajudar a “Campanha Federal Contra o Tracoma”, iniciativa do Departamento Nacional de Saúde Pública. No início da década 60 essa moléstia tinha sido erradicada da zona rural do município de Crato.

Desgostoso com a redução da Paróquia de São Vicente Ferrer a um território de poucos quarteirões no centro de Crato, Padre Frederico desligou-se em 1969 da diocese de Crato e foi ser vigário de Custódia (Pernambuco) onde renovou a pintura interna e retelhou a cobertura da nave central da Igreja de São José, padroeiro daquela cidade. Apesar do pouco tempo em que ali foi pároco, ainda modificou e reformou a casa paroquial, comprou um prédio comercial e fundou o Lions Clube de Custódia. Dali saiu para ser pároco e vigário-geral da diocese de Floresta (PE), aonde no dia 31 de outubro de 1975 sofreu um enfarte enquanto dirigia um carro. Este, desgovernado, capotou ocasionando a morte do Padre Frederico.

Sua repentina e inesperada morte foi muito lamentada em Crato, onde o Padre Frederico trabalhou com dedicação e carinho juntos aos mais necessitados e onde possuía muitos amigos.

Material enviado por José Soares de Melo

Custódia citada em livro de Ariano Suassuna


Em “O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”(1971) do escritor paraibano Ariano Suassuna, nosso município é citado na página 100 do livreto, com as seguintes palavras:

Naquela noite, ceamos canja de rolinhas, pato assado, carne de-sol com farofa, jerimum com leite, e, coroando tudo, uma umbuzada. Depois do jantar, sentados em espreguiçadeiras no copiar da “Carnaúba”, ficamos a conversar coisas vagas, enquanto as estrelas piscavam em cima, e lá longe, para os lados da Vila de Custódia, relâmpagos cortavam o céu. A terra e o fresco ar noturno cheiravam a mato e a chuva, e foi ali que eu, tendo como pretexto a caçada da tarde, puxei a conversa para esse assunto. Narrei todos os meus insucessos, exagerando e mesmo inventarìdo o que podia. Por fim, a modo de conclusão, lancei a frase que tinha preparado como centro do meu plano.”

O romance é inspirado em um episódio ocorrido no século XIX, no município sertanejo de São José do Belmonte, a 470 quilômetros do Recife, onde uma seita, em 1836, tentou fazer ressurgir o rei Dom Sebastião – transformado em lenda em Portugal depois de desaparecer na África (Batalha de Alcácer-Quibir): sob domínio espanhol, os portugueses sonhavam com a volta do rei que restituiria a nação tomada à força. O sentimento sebastianista ainda hoje é lembrado em Pernambuco, durante a Cavalgada da Pedra do Reino, por manifestação popular que acontece anualmente no local onde inocentes foram sacrificados pela volta do rei.

Suassuna iniciou o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, seu nome completo, em 1958 para concluí-lo somente uma década depois, quando o autor percebeu o que o levou a escrever o romance: a morte do pai, quando tinha apenas três anos de idade – tragédia pessoal presente na literatura de Suassuna, e a redenção do seu “rei” – uma reação contra o conceito vigente na época, segundo o qual as forças rurais eram o obscurantismo (o mal) e o urbano o progresso (o bem).

A história, baseada na cultura popular nordestina e inspirada na literatura de cordel, nos repentes e nas emboladas, é dedicada ao pai do autor e a mais doze “cavaleiros”, entre eles Euclides da Cunha, Antônio Conselheiro e José Lins do Rego.

Material enviado pelo assíduo colaborador: José Soares de Melo

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nertan Macedo cita Custódia


Verso coletado por Nertan Macedo, publicado em 1950 no Rio de Janeiro:

Tenho casa, tenho fome,
bolandeira no Salgueiro,
na serra da Cana Brava
coronel é coiteiro,
na serra do Logradouro
o compadre é fazendeiro,

nas furnas da Serra Negra
viro bicho maloqueiro,
no Limão, no Canindé
tenho cavalo estradeiro,
suspiro pelo descanso
no viver de cangaceiro,
quero moça de janela
em Custódia e Tabuleiro.

Nertan Macêdo (Crato, 20 de maio de 1929) é um escritor brasileiro.

É filho de Júlio Teixeira de Alcântara e Corina Macedo de Alcântara e irmão de Denizard Macêdo, escritor e jornalista, redator do Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio e O Jornal.

Ocupou a cadeira número 17 do Instituto Cultural do Cariri.

Matéria enviada por José Soares de Melo

Cemitério Pernambucano (Custódia)


A titulo de colaboração um pequeno comentário a respeito do Livro Quaderna nosso poeta maior, JOÃO CABRAL DE MELO NETO, onde ele nomeia nossa Custódia em um dos seus poemas.

O Livro Quaderna foi publicado primeiramente em Portugal, no ano de 1960. Sua escrita iniciou em 1956, quando João Cabral, trabalhando como cônsul, foi removido para Barcelona e autorizado a residir em Servilha, a fim de fazer pesquisas no Arquivo das Índias. No Brasil, foi publicado em 1962, juntamente com “os dois parlamentos” e “serial”, em um livro chamado Terceira Feira.

“Após tematizar a morte em “Morte e Vida Severina”, João Cabral a presentifica em Quaderna com os poemas dedicados ao cemitério. São quatro aparições que surgem localizados geograficamente no titulo a abaixo dele: “Cemitério Paraibano” (Entre Flores e Princesas), “Cemitério Pernambucano” (Custódia), “Cemitério Pernambucano” (Floresta do Navio) e “Cemitério Alagoano” (Trapiche da Barra). 

Tal localização, no entanto, demarca o espaço regional, mas acima de tudo, as descrições feitas permitem que sejam identificadas as regiões. Desse modo, percebe-se que a identificação geográfica precisa não impede ao poeta revelar, até mesmo no tratamento da morte, a diferença entre as regiões mais e menos favorecidas financeiramente.”

Em “Cemitério Paraibano” (Entre Flores e Princesa), João Cabral considera o cemitério uma casa. A comparação envereda para outro ponto, transformando-a em um espaço necessário e coletivo:

Uma casa é o cemitério
dos mortos deste lugar.
A casa só, sem puxada,
e casa de um só andar.

E da casa só o recinto
entre a taipa lateral.
Nunca se usou o jardim;
Muito menos, o quintal.

E casa pequena:própria
menos a hotel que a pensão;
pois os inquilinos cabem
no cemitério saguão,

os poucos que, por aqui
recusaram o privilégio
de cemitérios cidades
em cidades cemitérios.

Mesmo que delimite a região geograficamente, em “Cemitério Pernambuco” (Custódia), a descrição do espaço o aproxima do que foi representado no poema anterior. Percebe-se uma realidade semelhante à que foi descrita, ao revelar a dificuldade financeira que assola seus habitantes e os acompanha na morte:

E mais prático enterrar-se
em covas feitas no chão:
ao sol daqui, mais que covas
são formos de cremação.

Ao sol daqui, as covas logo
se transformam nas caieiras
onde enterrar certas coisas
para, queimando-as, fazê-las:

assim, o tijolo ainda cru,
as pedras que dão a cal
ou a capoeira raquítica
que dá o carvão vegetal.

Só que nas covas caieiras
nenhuma coisa é apurada:
tudo se perde na terra,
em forma de alma, ou de nada.

Além de apontar uma situação social, o poema mostra uma região precisa: o sertão pernambucano, castigado pela ação da natureza, salientando a presença do sol escaldante como elemento de identificação do espaço. O sol do sertão é severo, duro e cumpre a sina de “cremar” os corpos lançados ao chão. Também verifica-se a junção de dois elementos: a terá e o fogo (sol). O primeiro esconde, e segundo dá fim ao corpo sertanejo, mas, nem por isso, consegue livrar-se do que o move: sua alma. Então, a terra parece herdar a essência do interior do corpo extinto, sua alma, mas movendo a dúvida a respeito de sua existência, salientada nos últimos versos.

Material enviado por Marcelo Genário Burgos Pereira)

A mulher que viu Lampião


Fabiana Moraes
de Recife (PE)



Pernambucana de 95 anos tira anotações do baú e lança livro com histórias do sertão.

Sob o sol forte do sertão do Pajeú, em Flores, a 386 quilômetros de Recife, no sertão de Pernambuco, centenas de pessoas aguardavam um dos dias mais importantes na história da cidade: a chegada do primeiro automóvel ao local, em 1916. Tudo havia sido preparado com cuidado, nos mínimos detalhes: banda de música, bandeirolas coloridas e vigário para abençoar a novidade. A bordo do carro estava o então governador de Pernambuco, Manoel Borba.

Essa e outras histórias estão no livro Flores, Campos, Barros e Carvalho – Olhando Para o Passado Até Onde a Vista Alcança, da funcionária aposentada do telégrafo de Flores, Maria Stella Siqueira Campos, 95 anos. “Nunca passou pela minha cabeça lançar um livro e fazer sucesso”, diz a autora. 

A família está reunindo documentos para provar que Maria Stella é a autora estreante mais velha do mundo. Caso obtenha êxito, ela ganha um lugar no Guiness Book, o Livro dos Recordes.

A presença do primeiro automóvel no sertão fez barulho, literalmente. Maria Stella, filha do coronel João Nascimento e de Maroca, tinha 12 anos quando presenciou o fato. “Tinha gente que corria para se esconder no mato, como se estivesse vendo uma assombração ou a besta-fera”, relembra ela, que vive com a filha Maria Helena, de 76 anos.

O Rio Pajeú aparece várias vezes na publicação. Foi brincando à margem dele, em 1918, que a escritora pôde ver as sombras e ouvir as vozes do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião. “O rio ficava no quintal da minha casa. Eu estava perto dele quando vi, de longe, o bando passar. Escutei tiros. Lampião havia assassinado um homem que trazia um ofício às forças volantes, informando que o bando encontrava-se na região”, recorda.

Lampião ainda protagoniza uma das histórias mais interessantes do livro. Conta-se que ele havia decidido atacar o município de Custódia, próximo à cidade dos Siqueira Campos. O cangaceiro mandou um garotinho até a cidade para verificar quantos soldados havia no quartel ou na delegacia. Ao voltar, o menino anunciou: “No quartel, só tem cem”. Temeroso com o grande número de macacos, maneira pela qual chamava os guardas, Virgulino desistiu da invasão. O que ele não sabia é que Cem era o apelido do único soldado presente no quartel naquele dia.

Materia publicada originalmente na Revista Isto é Gente, em 22 de Novembro de 1999, enviada por José Soares de Melo.

LINK do texto na Istoé Gente:

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Programação do São João e São Pedro 2011

Tela Forró Bodó - Lourdes de Deus


Dia 23/06 Bairro Rodoviária
*BANDA VICIADOS DO FORRÓ E JOSILDO DO ACORDEOM
*BANDA TRANSADÕES DO FORRÓ

Dia 24/06 Bairro Rodoviaria
*JUNINHO E BANDA FORRÓ MIÓ
*JANAILSON DO ACORDEOM E BANDA

Dia 25/06 Bairro Redenção (Inauguração da Praça Prox. ao Hotel San Marino)
*CANTOR WAGNER CARVALHO

Dia 28/06 Bairro Cohab
*BANDA SABOR DE MEL
*BANDA ENCANTO DE MULHER

Dia 29/06 Bairro Cohab
*BANDA MEDALHA DE OURO
*BANDA FORÇA TOTAL

Dia 30/06 Distrito de Maravilha
*BANDA DOIS AMORES

Custódia - A namoradinha



Como podemos esquecer algo que amamos tanto, se nos faz tão poeta e escritor. Bem este sentimento, apesar da saudade latente.

Usemos de momentos bons em nossa retina, mesmo que seja, Para enganar o desejo pelicano que rasga o peito.

Sem medo e sem dó. Saudade, palavra intra onde o remédio se faz a presença física do alivio tedioso do Corpo e da mente, que saudade plangente de uma Angustia vulcânica, dum pássaro ferido em pleno vôo.

Tantas vezes choramos calados, com a lágrima entalada na garganta seca, no peito Apertado e aberto que não sara nunca a cicatriz deixada, Pois com certeza é a marca duma saudade eterna.

Olha que a vida passa!… E agente só pensa em voltar aos braços de quem mais ama,
Do amor antigo, no extermino da Saudade pálida e doida.

Diariamente rezo… Rezo, para rever a antiga namorada, para q’ueu possa içar a Bandeira branca de minha paz de espírito Cansada D’um Tempo de espera sem fôlego.

Isto é meu castigo maior… Amar mesmo que seja na distancia a fio Desse desejo platônico que desemboca na solidão, Que Transcende ao tempo e crostifica-se no ser.

Amar!…Mas o que seria a vida sem as saudades…, O que seria a vida sem os amores…, O que seria da vida sem as lembranças para resgatarmos O Eu que Ainda existe em cada um de nós.

Homenagem ao dia 12 de Junho, Francisco Alves nos enviou esse acróstico para sua eterna namorada CUSTÓDIA.

Asfalto de Feira


É quando eu sei que o Sertão está molhado que o conterrâneo do Moxotó, Paulo Joaquim Peterson Pereira, convida para escrever no blog mais movimentado da região. O de Custódia, minha terra natal. Sou do mato. Sempre andei pouco na rua. Sempre gostei de ir em cima da camionete, 24 quilômetros, da Fazenda Mimoso para a Feira de Custódia, imaterializada às segundas-feiras. 

No domingo era dia da Feira de Quitimbú que, praticamente, acabou no final da década de 1980 e início da de 1990. Agora, de três anos para cá, é que a feira de Quitimbú está sortida e movimentada. Bolsa tudo para as famílias, a economia aquece. Mas há quem diga que a mão-de-obra esteja escassa e mais cara, por incrível que pareça. Lula lá é rei.

O povo do Alto Pajeú, além da população que vive em função dos quase 45 quilômetros que ligam a BR-232, no Centro de Custódia, ao município de Iguaracy, aguarda ansiosa e sonha com o calçamento da rodovia, uma PE, que dá acesso a Afogados da Ingazeira, Paraíba ou Sertânia e suas saídas. O secretário de Transportes de Pernambuco, Sebastião Oliveira, que manda nas estradas, além de ser nosso vizinho de Serra Talhada, é primo e afilhado político do veterano deputado federal Inocêncio Oliveira, serra-talhadense que sempre gozou de muitos votos nos locais que precisam da obra.

Com isso, as crianças, adolescentes, adultos e idosos do mato poderão ir para a rua, no dia de feira ou outro qualquer, bem mais rápido e de forma desenvolvida. O acesso escolar dá um salto de qualidade fora de série, como diz meu pai. Só não terão o prazer de rechear o cabelo de poeira no verão. Quando chegava do sítio em Custódia, batia no cabelo e caía dois quilos de barro amarelo em forma de poeira. Batia na roupa, caía outro tanto. Hoje, não quero mais andar à cavalo ou égua. Prefiro o barulho de uma 200 cilindradas. Faz tudo o que um cavalo faz e um pouco mais. Bem mais. Movida à gasolina. É. Cavalo do matuto agora é moto. Só não anda de motocicleta quem está de besta. É brincadeira, mas o negócio da estrada é o asfalto da feira!

Cristiano Jerônimo é jornalista e escritor pernambucano.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Janúncio de Custódia - Sala de Reboco 2011



Sala de Reboco em Recife ficou lotada para receber Janúncio de Custódia.

Um dos primeiros marceneiros de Custódia



João Ferreira e esposa, foram os primeiros marceneiros e carpinteiros que iniciaram a construção de Custódia. Quem não conheceu Benedito Marceneiro, Cicero Cocão como era o apelido dele em Custódia? Seu tio José da Telha, já falecido, cobriu várias casas em Custódia, deu trabalho para os soldados da cidade na época, como João Gaguinho e João Anjo.

Um fato interessante aconteceu com o finado José Telha, um policial foi na marcenaria de João Ferreira, e falou “Seu João, o José da Telha está dando muito trabalho na rua, nós vamos prender ele“. Ao que seu João Ferreira sem titubear comentou “O que eu posso fazer seu guarda, guarde ele por uns dias até ele melhorar“.

Colaboração: Fernando Florêncio e Valdemiro Rodrigues

Impactos da Transposição em Custódia



O sonho da transposição, depois de um longo sono, finalmente desperta. Os primeiros sinais de concretização evidenciam-se em cidades como Custódia, Sertania e outras mais do nosso semi-árido.

Obra faraônica? Possível “elefante branco”? Agride a natureza de forma irreversível?. Só o futuro dirá. Mas, a realidade do PRESENTE é outra. A pujança do nobre VELHO CHICO já alcança o nosso árido Sertão do Moxotó. Não com suas mansas e doces águas, mas com os inúmeros benefícios decorrentes do iniciar das obras da transposição.


Encravada quase que no centro do Sertão do Moxotó, a cidade de Custódia e o município como um todo, encontra-se em uma situação por demais confortável, se levarmos em conta a chamada e alardeada “crise”, que foi importada e rateada para os brasileiros de todos os rincões. Entretanto, para os custodienses CRISE não EXISTE. Na sede do município e povoados, principalmente os de Maravilha, Ingá, Samambaia e Caiçara, só não trabalha quem não quer. Existe emprego para todos os níveis: da mão-de-obra sem qualificação aos demais níveis do profissional habilitado. Do simples cortador de madeira (já com o uso de moto-serra), ao transportador de madeira em toras e metrada e puxada a carro-de-bois, ao capturador dos animais que fazem a fauna da caatinga, ao operador de máquinas pesadas, de caminhões caçamba e aos motoristas de todos os níveis. Escriturários, cozinheiras, serventes, empregadas domésticas, funcionários públicos (existem casos de pedido de licença sem vencimento para trabalhar na transposição), policiais aposentados atuam na segurança dos canteiros de obra, TODOS tem onde trabalhar. Basta querer e atender as qualificações exigidas. Em suma, em CUSTÓDIA a crise INEXISTE. Desemprego não há. E o que é mais importante: todos os empregados são devidamente regularizados, obedecendo aos critérios da Lei. Os salários pagos são por demais compensadores. A obra da transposição, só no município de Custódia, hoje responde por cerca de 1.000 a 1.200 empregos diretos. Dentro desse contexto, observa-se algo que faz doer: a desqualificação do nosso povo. Muitos dos trabalhadores, ou melhor, expressiva parcela da mão-de-obra qualificada é de fora. Tomara que ante tal constatação, os nossos dirigentes políticos e empresários do ramo, consigam ver a necessidade de capacitar os nossos jovens.

Em Custódia hoje já não existe mais imóveis para alugar, sejam eles residenciais ou comerciais. O preço do aluguel, obedecendo a velha lei da oferta e procura, triplicou. Alcançou valores, jamais vistos. Cerca de 200 imóveis entre residenciais e comerciais estão alugados, por conta da demanda para instalações de escritórios para empresas e residência para seus profissionais e operários. A reduzida oferta de leitos da rede hoteleira não atende a procura. Instalações estão em fase de ampliação e construção.

Todos os setores do comércio sentem os benefícios decorrentes dos salários pagos pelas empreiteiras. As casas de venda de material de construção estão de vento em popa. O recém empregado das empreiteiras quer melhorar sua moradia, ou mesmo construir sua casa própria. O mais abastado, ante a procurar de imóveis para alugar, quer construir uma casa. O comércio de eletrodomésticos vende como nunca: colchões, camas, ventiladores e pequenas televisões, estão entre os mais vendidos. Supermercados e postos de combustíveis ampliam ou reformam suas instalações. Empresas de ônibus vêm de fora para transportar operários. Estradas que ligam a sede do município às vilas e povoados que se encontram próximo da rota de passagem do canal da transposição, são constantemente recuperadas. A condição de tráfego tem de ser boa e segura, afinal de contas urge transportar toda gama de operários da obra e que operam em vários turnos de trabalho. Em fim, a OBRA NÃO PODE PARAR. Engenheiros, operadores de máquinas, fornecedores de alimentos em “quentinha”, operários braçais, fiscais, todos trabalham ininterruptamente.

Ante o que se apresenta FELIZ, CLARA e CONCRETA constatação: a TRANSPOSIÇÃO já aufere LUCROS e DIVIDENDOS. VALEU A PENA ESPERAR.

Para os custodienses, uma indagação: o que podemos fazer para agradecer ao VELHO CHICO?.

Por Jesimiel Vaz

Artigo originalmente publicado no JORNAL PORTAL DO SERTÃO, edição 86 de Abril de 2009.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Olha " O Grito"


Pedem-me jovens estudantes da minha Custódia que me pronuncie sobre ¨O Grito¨.

¨O Grito¨, como antes vivemos ¨Custodianas¨, nasce sob a égide da vontade de acertar. A mocidade tem a ânsia de viver, de dinamizar, do querer acertar.

Certa anda esta mocidade, que se não leu, deve ter ouvido de alguém as sagradas palavras de Cervantes, que pontificou: ¨Esta mocidade de incentivo para quem não há pousada¨.

Só tenho palavras para estes jovens de estímulo, de admiração.

Se todos os jovens da geração atual resolvessem fazer jornal ou jornais, no aprimoramento de suas idéias que devem ser boas, certamente o útil e o agradável estariam bem unidos e o mundo seria bem melhor.

É o que penso e entendo.

Estou com ¨O Grito¨ e não abro.

Falei ...
Pierre Sobral



Ps: O blog Famílias Lopes & Santos informa:

Alguns comentários da época sobre o Jornal ¨O Grito¨

- Carlos, quero agradecê-lo pelo jornal que é realmente um símbolo da boa comunicação – José Francisco da CostaJupi PE

- Gostei muito do jornal e dou os parabéns a toda sua equipe – Verônica M. GonçalvesFrei Miguelinho PE

- Obrigado pelo jornal da sua cidade, achei muito interessante – Mônica Maria Passos – Angelim PE

- Li ¨O Grito¨, gostei bastante, achei que Custódia está de parabéns. Espero que me enviem o próximo, queridos conterrâneos – Águida Vasconcelos – Serra ES

- Li ¨O Grito¨ e adorei, achei que a idéia foi genial, é um trabalho importante - Vandelúcia Batista - Arcoverde PE

- Está ótimo, espero que me envie o próximo. Para vocês os meus sinceros agradecimentos - Flávio Roberto - Fortaleza CE

- O jornal está uma beleza, continuem a luta por ele - Nelma Rodrigues - Volta Redonda RJ

- Agradeço-lhe pelo jornal ele é muito educativo - Luizita Lins - Lagoa de Itaenga PE

Outras hospedagens serão feitas de jornais que circularam em algum momento em nossa cidade. Estas postagens são interessantes pois nos remetem a registros da época e por si despertam a nossa curiosidade. É com grande satisfação que inicio com a mesma matéria que em 1979 o colaborador Pierre Sobral abençoou o nosso ¨O Grito¨. Além deste verdadeiro gênio ainda contei com os colaboradores: Osminda Carneiro, Silvio Carneiro, Fernando José, Antônio Remígio, José Assis, Maria de Fátima Ferreira, Herbert B Leal, Marleide Espíndola, Ernani R. Figueiredo, José Eugênio, Luciana Cristina, José Melo, Antônio Medeiros de Souza, Marcelo Burgos e Peter Peterson.

Publicado originalmente: Blog Famílias Lopes & Santos

 
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