quarta-feira, 22 de junho de 2011

Impactos da Transposição em Custódia



O sonho da transposição, depois de um longo sono, finalmente desperta. Os primeiros sinais de concretização evidenciam-se em cidades como Custódia, Sertania e outras mais do nosso semi-árido.

Obra faraônica? Possível “elefante branco”? Agride a natureza de forma irreversível?. Só o futuro dirá. Mas, a realidade do PRESENTE é outra. A pujança do nobre VELHO CHICO já alcança o nosso árido Sertão do Moxotó. Não com suas mansas e doces águas, mas com os inúmeros benefícios decorrentes do iniciar das obras da transposição.


Encravada quase que no centro do Sertão do Moxotó, a cidade de Custódia e o município como um todo, encontra-se em uma situação por demais confortável, se levarmos em conta a chamada e alardeada “crise”, que foi importada e rateada para os brasileiros de todos os rincões. Entretanto, para os custodienses CRISE não EXISTE. Na sede do município e povoados, principalmente os de Maravilha, Ingá, Samambaia e Caiçara, só não trabalha quem não quer. Existe emprego para todos os níveis: da mão-de-obra sem qualificação aos demais níveis do profissional habilitado. Do simples cortador de madeira (já com o uso de moto-serra), ao transportador de madeira em toras e metrada e puxada a carro-de-bois, ao capturador dos animais que fazem a fauna da caatinga, ao operador de máquinas pesadas, de caminhões caçamba e aos motoristas de todos os níveis. Escriturários, cozinheiras, serventes, empregadas domésticas, funcionários públicos (existem casos de pedido de licença sem vencimento para trabalhar na transposição), policiais aposentados atuam na segurança dos canteiros de obra, TODOS tem onde trabalhar. Basta querer e atender as qualificações exigidas. Em suma, em CUSTÓDIA a crise INEXISTE. Desemprego não há. E o que é mais importante: todos os empregados são devidamente regularizados, obedecendo aos critérios da Lei. Os salários pagos são por demais compensadores. A obra da transposição, só no município de Custódia, hoje responde por cerca de 1.000 a 1.200 empregos diretos. Dentro desse contexto, observa-se algo que faz doer: a desqualificação do nosso povo. Muitos dos trabalhadores, ou melhor, expressiva parcela da mão-de-obra qualificada é de fora. Tomara que ante tal constatação, os nossos dirigentes políticos e empresários do ramo, consigam ver a necessidade de capacitar os nossos jovens.

Em Custódia hoje já não existe mais imóveis para alugar, sejam eles residenciais ou comerciais. O preço do aluguel, obedecendo a velha lei da oferta e procura, triplicou. Alcançou valores, jamais vistos. Cerca de 200 imóveis entre residenciais e comerciais estão alugados, por conta da demanda para instalações de escritórios para empresas e residência para seus profissionais e operários. A reduzida oferta de leitos da rede hoteleira não atende a procura. Instalações estão em fase de ampliação e construção.

Todos os setores do comércio sentem os benefícios decorrentes dos salários pagos pelas empreiteiras. As casas de venda de material de construção estão de vento em popa. O recém empregado das empreiteiras quer melhorar sua moradia, ou mesmo construir sua casa própria. O mais abastado, ante a procurar de imóveis para alugar, quer construir uma casa. O comércio de eletrodomésticos vende como nunca: colchões, camas, ventiladores e pequenas televisões, estão entre os mais vendidos. Supermercados e postos de combustíveis ampliam ou reformam suas instalações. Empresas de ônibus vêm de fora para transportar operários. Estradas que ligam a sede do município às vilas e povoados que se encontram próximo da rota de passagem do canal da transposição, são constantemente recuperadas. A condição de tráfego tem de ser boa e segura, afinal de contas urge transportar toda gama de operários da obra e que operam em vários turnos de trabalho. Em fim, a OBRA NÃO PODE PARAR. Engenheiros, operadores de máquinas, fornecedores de alimentos em “quentinha”, operários braçais, fiscais, todos trabalham ininterruptamente.

Ante o que se apresenta FELIZ, CLARA e CONCRETA constatação: a TRANSPOSIÇÃO já aufere LUCROS e DIVIDENDOS. VALEU A PENA ESPERAR.

Para os custodienses, uma indagação: o que podemos fazer para agradecer ao VELHO CHICO?.

Por Jesimiel Vaz

Artigo originalmente publicado no JORNAL PORTAL DO SERTÃO, edição 86 de Abril de 2009.

3 comentários:

Custodiense disse...

Nesse artigo/matéria deveria falar também do outro lado da moeda. A transposição não trouxe apenas benefícios e quem ganha dinheiro de verdade (dineheiro de verdade mesmo!!!) é quem outrora já era rico. Para mim, a transposição tbm trouxe com ela a falta de segurança, o maior consumo de drogas e álcool, uma cidade onde não há estrutura física pra tanta gente (sentar numa lanchonete e comer algo parece uma tortura). Pra mim, não ter casa pra alugar é um problema pq as pessoas que são nativas de Custódia e que moravam de aluguel foram forçadas a pagar mais caro e nem sempre estas estão ligadas às obras da transposição. Abraço,

NilmaGlória disse...

é isso aí, o desenvolvimento é público e notório. Só não ver quem não quer.

Anonymous disse...

O que mais me preocupa, é quando as máquinas se forem.
Fernando Florencio
Ilheus/Ba

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