sábado, 17 de setembro de 2011

Os Santos e os Belos


Ai que saudade que tenho
Da casa de minha avó
Do sitio lá dos coqueiros
No vale do moxotó

Julieta, lá nasceu 
Nas margens do Piutá
Um rio seco e excêntrico
Com um cão particular

Casou com Augusto Belo 
Caboclo da Tinindeira 
E era filho legitimo 
De Belarmino Bandeira

Sertaneja de muita fé
Cumpriu o que prometeu
Deu um belo nome de santo
A cada filho que nasceu

O primeiro foi São José
O que faz chover do sertão
Para salvar a lavoura
E aumentar a produção

O segundo foi Manoel,
Também de parto normal,
Tem um nome do senhor
Porque nasceu no natal

O terceiro foi São Joaquim
Que se tornou o meu guia
Escolhido na folhinha
Pois era o santo do dia

O quarto foi Santo Antônio
O santo casamenteiro,
Na escolha do matrimônio,
Ajuda quem é solteiro

O quinto foi São João
O nosso santo festeiro,
Se chover lá no Sertão,
Tem festejo o mês inteiro

Chegou à vez de Maria,
O seu composto era Inez,
Que na santíssima trindade
Era a primeira das três. 

Inalda foi à oitava,
Mas era também Maria,
Foi a segunda da trinca
A trazer essa alegria.

Ivoneide outra Maria,
Só a saudade deixou,
Muito antes do combinado
Foi morar com o senhor.

Chegou à vez de São Paulo,
Não sei o oficio que faz,
Talvez ajude o rapaz
Na luta com satanás.

Abriu alas pra São Pedro,
Aquele que julga o réu, 
Ele é quem dá o veredicto
Pro defunto entrar no céu

O caçula foi São Carlos,
Misto de santo e de rei,
pois não deixei o menino 
ser chamado de Severino

Os santos de Augusto Belo
Que Julieta pariu
Espalhou-se pelas terras
Do nosso imenso Brasil.

Joaquim Belo
Belém, 20/05/2001
.

1 comentários:

Anonymous disse...

Quinca.
Perdi a conta depois do oitavo.
Estou dedicando aos "Belos" um capitulo a parte da segunda edição do "Foi Assim".
Meu abraço nesta bela família "pernambuara".
Fernando Florencio
Ilhéus/Ba

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