sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma viagem no tempo



Acho que estávamos no ano de 1957 ou início de 58. A minha residência era vizinha à casa de ZEDIZAIAS, por trás da casa paroquial. Não me recordo da fuga, mas tenho certeza que a minha mãe não me viu sair de casa. Eu tinha uns 03 anos e naquela tarde, fui guiado pelo som mágico que vinha de não muito longe. Guardo esses flash na memória como um filme antigo. Imaginem a cena. ZÉ BIÁ e Banda, tocando ao lado esquerdo da igreja (lado da sombra), ainda não tinha o “caçoá” que Pe. Luiz posteriormente construiu, alterando a arquitetura, mas esse é outro papo.

Sim, lembro-me que não tinha cimento, era chão batido e eu com uma roupinha branca e gravata borboleta, dançava e rodopiava ao som de pífanos tarol e zabumba que a poeira tapava. Os expectadores davam sonoras gargalhadas e tome a juntar mais gente. Acho que a plateia já beirava umas sessenta pessoas, que em círculo, faziam uma grande roda, e eu no centro, dançando e rodopiando.

Como a minha casa ficava próximo, imagino que foram avisar a Dona Osanira, que chegando, deparou-se com aquela cena dantesca, e atônita que estava, não conseguiu transpassar toda aquela plateia e resgatar o filho hipnotizado com o som de ZÉ BIÁ. Naquele momento de aflição, pediu a Naimes de Seu Izaias que tirasse o filho dela daquele “mico” ou ridículo, só se fosse para ela, pois eu estava nas nuvens de satisfação.

Então, Naimes me pegou, botou o dançarino na “cacunda” era assim que falava, não era? e saiu andando compassadamente, conversando comigo alguma coisa e seguindo em direção a minha casa. Minha mãe enxugava as lágrimas e agradecia a Naimes.

Relato de Jorge Remígio, na comunidade do Orkut Eu conheci Zé Biá.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes