domingo, 6 de novembro de 2011

Ainda sobre PC Farias em Custódia


Ao reler a matéria postada no blog Custódia Terra Querida, transcrevendo notícias a respeito da possível fuga de PC Farias através de uma Fazenda em Custódia, voltei no tempo e recordei um fato que me constrangeu naquele episódio. 

Eu era Secretário de Administração da Prefeitura, e certa manhã adentrou no meu Gabinete um cidadão se dizendo repórter do Jornal “O Globo”. Queria obter informações sobre o tema, que agitou a imprensa naquele tempo. Perguntou-me muitas vezes sobre a possibilidade de PC Farias ter fugido da Fazenda Cavaco, e como eu nada sabia, nada pude adiantar. 

No decorrer da conversa, pedi licença e atendi um telefonema. Era um Vereador da nossa base de apoio, contando que determinado Vereador da oposição pretendia apresentar um projeto de concessão do título de Cidadão Custodiense ao então Governador Miguel Arraes. Sempre fui avesso a esse tipo de “reconhecimento” para pessoas estranhas ao nosso meio (quando Vereador liderei alguns vereadores e derrotamos a concessão do título para um outro Governador); por isso, fui contra, e, a título de brincadeira, disse ao Vereador ao telefone: 

- “O que o Governador já fez por Custódia, para merecer o título?”, acrescentando em tom jocoso:

- “ Muito mais merece PC Farias, que pelo menos está botando Custódia na mídia!”

Observei o repórter fazenda algumas anotações, e prosseguimos conversando, quando novamente o telefone toca, e o mesmo vereador repassa outras informações sobre o Projeto, tendo o repórter se despedido e saído em seguida. 

Qual não foi o meu espanto, no dia seguinte, quando recebi, de Brasília, um fax com um recorte do jornal “Correio Brasiliense”, o qual estampava uma suposta entrevista minha, onde o repórter analisava a apresentação de um projeto de lei, concedendo o título de Cidadão Custodiense para PC FARIAS, e afirmava que eu estava articulando, em nome do Prefeito, a tramitação do Projeto. 

Fiquei indignado com a falsa entrevista, e ao mesmo tempo apreensivo: naqueles tempos desafiar publicamente um Governador não era nada prudente, principalmente para um simples secretário de uma cidadezinha do sertão pernambucano. Fiz ver minha apreensão a Luizito, que, prático como sempre foi, me acalmou: 

-“ Isso não tem nada de mais. Se eu estivesse aqui teria dado a entrevista mais dura ainda e não teria nada, apenas apareceria na imprensa nacional!”

Esse foi um dos vários episódios que vivenciei com relação a mídia. Breve relatarei outros.

Texto: José Soares de Melo

1 comentários:

Anonymous disse...

Oi Zé.
Isto faz parte.
O repórter precisava justificar perante o jornal, as despesas efetuadas com a viagem até Custódia.
Daí a "entrevista".
Fernando Florencio
Ilheus/Ba

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