sexta-feira, 13 de abril de 2012

O combate de Umburanas - Jovenildo Pinheiro


Sertão Sangrento: Luta e Resistência
Jovenildo Pinheiro de Souza

Umburanas é uma localidade perto de Custódia, em Pernambuco, onde a Coluna Prestes travou o combate mais importante, quando da passagem por este Estado. O combate foi travado no dia 14 de Fevereiro (primeiro dia de Carnaval) de 1926, era, então, Governador do Estado, Sérgio Loreto. A tropa pernambucana era composta de cerca de 200 soldados, comandados pelo “célebre Coronel João Nunes, velho perseguidor de Lampião”.

Era, portanto, conhecedor da região e afeito à dureza dos combates nas caatingas.

Vale salientar a opinião de outro célebre oficial militar, sobre o colega de farda, o Coronel João Nunes. Segundo Optato Gueiros, que foi também por muitos anos Comandante das Forças Volantes contra o cangaço, “o único comandante da tropa que, de fato, cometeu desatinos, foi o Coronel João Nunes. Não tivesse ele mandado fuzilar os pobres rapazes gaúchos que caíram prisioneiros nas mãos das tropas legalistas em Floresta, em Nazaré, e determinado que se acabasse de matar um pobre revoltoso, que, além de ferido estava tuberculoso, e se achava moribundo em Campo Alegre, não teria a polícia de Pernambuco adquirido por algum tempo a fama de perversidade …”

Em Umburanas a Coluna Prestes preparou uma emboscada e na qual caiu a tropa sob o comando do Coronel João Nunes. Diante da surpresa e do poder de fogo por parte dos revoltosos, a tropa legalista bateu em retirada, desordenadamente, perdendo no campo de batalha uma grande quantidade de material bélico, além de ter perdido um quarto do seu efetivo militar, entre mortos e feridos.

O Coronel João Nunes já tinha tido a oportunidade de contatar a Coluna, no sul do Estado do Piauí, quando enfrentou o destacamento comandado por Siqueira Campos. Nesta ocasião, João Nunes saqueou e incendiou a cidade de Valença.

Em Umburanas, o Coronel João Nunes teve o seu Waterloo. Segundo descreve Moreira Lima, “à frente dos fugitivos corria o Coronel João Nunes que abandonou seus comandados em pleno combate, com um mísero poltrão, e gastou dois dias para alcançar Custódia, a três léguas de distância, onde chegou ‘arrazado’, a pé e com a roupa estralhaçada pelos espinhos da caatinga”
40.

(14)Anos depois, em 1930, esse veterano perseguidor de Lampião, já aposentado da Polícia Militar de Pernambuco desde 1927, foi aprisionado por Lampião, quando repousava na fazenda Sueca, de sua propriedade, em Águas Belas, Pernambuco.

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