quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Rio Moxotó - José Carneiro

Rio Moxotó nas imediações da cidade de Inajá
Foto: Panoramio (internet)

Composição sobre o rio Moxotó, fiz com o intuito de reparar uma injustiça, pois que, cantam o São Francisco, Pajeú, Ipojuca, Una e tantos outros, menos o Moxotó, o rio da nossa região, do qual nunca ouvi a menor referência. 



O RIO MOXOTÓ
J.Carneiro



Os rios correm pro mar
Mas o meu não chegou lá
Nem por isso ele deixou
De cumprir sua missão
Sendo fonte de beleza
De fartura e de riqueza
Nos campos onde passou
Nas quebradas do sertão.

Por isso e por muito mais
Os rios são por demais
Pelos poetas decantados
Com muito amor e paixão
Assim vou cantar o meu
Onde nasceu e correu
Nos caminhos abrasados
Pelas secas do sertão.

O Moxotó, o meu rio
Corre sereno e macio
Discreto, com pouco atalho
Nos carrascais do sertão
Das águas brota a semente
Que dá os frutos que a gente
Com o suor do trabalho
Vem a colher do seu chão.

Lá em Sertânia nasceu
E de lá ele desceu
Aqui e ali dando vau
Deslizando em rodopios
Modesto, mas altaneiro
No seu vagar rotineiro
Por cima de pedra e pau
Como caminham os rios.

Pra Custódia ele segue
Até lá ele consegue
Descer moroso e com graça
Cumprindo bem o seu fim
O de melhorar a vida
Dessa gente tão sofrida
Mostrando por onde passa
Que os rios são sempre assim.

Em Custódia começa
A sua grande promessa
De se fazer em ação
Assim fez o velho rio
Com seu açude irrigado
DNOCS, como é chamado
Enfrentando o desafio
De salvar nosso rincão.

De Custódia a Inajá
Muitas voltas ele dá
Com toda tranquilidade
No seu manso voltear
Os seus campos aguando
Nas suas margens deixando
O lodo da umidade
Pra terra fertilizar.

Depois vem Ibimirim
Antes chamada Mirim
Com seu açude gigante
O velho rio em ação
Se desmanchando em beleza
Gerando muita riqueza
Com a sua água abundante
Afugentando o verão.

E por fim Tacaratu
Da tribo Pancararu
A serra de muitas pontas
E dos índios um aprisco
Onde o rio perde o rumo
Pois seu curso sai do prumo
E devagar, quase às tontas
Vai cair no São Francisco.

Ao meu rio, com fervor
Este canto de louvor
Na vegetação agreste
Das catingas do sertão
Até onde mais produz
No açude Poço da Cruz
Dos maiores do nordeste
Sua alma, seu coração.

1 comentários:

Marcos disse...

Esse rio é muito bonito "quando está cheio claro".

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